1.Concepção filosófica. Apresenta o Fascismo como ação (prática) e pensamento (ideia) político. Considera que toda a ação é contingente ao espaço e ao tempo, havendo no seu pensamento um "conteúdo ideal que a eleva a fórmula de verdade na história superior do pensamento" Diz que "para se conhecer os homens é preciso conhecer o homem; e para conhecer o homem é preciso conhecer a realidade e as suas leis" não há um conceito de Estado que não seja uma concepção da vida e do mundo.
2.Concepção espiritual. É a partir de uma "concepção espiritual" que o homem é definido pelo fascismo. Na sua concepção, o homem é um "indivíduo que é nação e pátria"; há, na sua perspectiva, "uma lei moral que liga os indivíduos e as gerações numa tradição e numa missão"
3.Concepção positiva da vida como luta. A sua "concepção espiritual" define-se por oposição ao materialismo filosófico do século 17, sendo antipositivista, é, porém positiva, não é céptica, nem agnóstica, nem pessimista. Pretende o homem ativo e impregnado na ação com toda a sua energia. O que se aplica ao indivíduo, aplica-se à nação;
4.Concepção ética. Tem uma concepção ética da vida, "séria, austera, religiosa": Há desdenha a vida "cômoda";
5.Concepção religiosa. O homem é visto numa relação imanente com uma lei superior, com uma Vontade objetiva que transcende o indivíduo particular e o eleva a membro de uma sociedade espiritual.
6.Concepção histórica e realista. O homem é visto como um ser na história, num fluxo continuo em processo de evolução; tem no entanto uma visão "realista", não partilhando o otimismo do materialismo filosófico do século 18 que via o homem a caminho da "felicidade" na terra;
7.O indivíduo e a liberdade. A concepção é definida como "antiindividualista", colocando o Estado antes do indivíduo; o liberalismo negou o Estado no interesse dos indivíduos particulares. Reafirma o Estado como a verdadeira realidade do indivíduo. Tudo está no Estado - a sua concepção é totalitária.
8.Concepção do Estado corporativo. "Não há indivíduos fora do Estado, nem grupos (partidos políticos, associações, sindicatos, classes)" defende um corporativismo no qual os interesses são conciliados na unidade do Estado; diz-se contrário ao socialismo que reduz o movimento histórico à luta de classes e, analogamente, é também contrário ao sindicalismo.
9.Democracia. Opõe-se à democracia que entende a nação como a maioria, descendo o seu nível ao maior número; considera-se no entanto como "a mais pura forma de democracia se o povo for considerado do ponto de vista da qualidade em vez da quantidade", como uma "multidão unificada por uma ideia, que é vontade de existência e de potência: consciência de si, personalidade" Defende "uma democracia organizada, centralizada, autoritária", exercida através do partido único.
10.Concepção do Estado. A nação não cria o Estado; é o Estado que cria a nação. Considera o Estado como a expressão de uma "vontade ética universal", criadora do direito, e "realidade ética". Na sua concepção é o Estado "que dá ao povo unidade moral, uma vontade, e portanto uma efetiva existência".
11.Realidade dinâmica. Na concepção o Estado deve ser o educador e o promotor da vida espiritual. Para alcançar o seu objetivo, quer refazer não a forma da vida humana, mas o conteúdo, o homem, o carácter, a fé.
A filosofia do FACISMO, tal como a definiu Mussolini, é assim uma filosofia essencialmente moderna e modernista.